quarta-feira, 30 de julho de 2014

Carrasco de Marcelinho Carioca volta à ativa aos 48 anos para jogar ao lado do filho

Carrasco de Marcelinho Carioca volta à ativa aos 48 anos para jogar ao lado do filho
Sílvio Goleiro

Não é novidade que goleiros costumam jogar até uma idade mais avançada. O lendário Dino Zoff atuou até os 41, por exemplo, enquanto Rogério Ceni já tem 41 e segue na ativa. Em Santa Catarina, porém, um veterano parece disposto a quebrar todos os recordes. Trata-se de Sílvio, ex-Grêmio e Joinville, que vai voltar a jogar aos 48 anos.

Com boa passagem pelo time gaúcho na década de 90, quando viveu seu ápice ao defender um pênalti de Marcelinho Carioca na semifinal da Copa do Brasil de 1997 (que teve Grêmio campeão), Sílvio estava aposentado desde 2008, após jogar no Marcílio Dias.

Neste ano, porém, foi "convocado" para defender o novato Fluminense de Itaum, de Joinville, na terceira divisão do Catarinense, e topou o desafio, principalmente pela chance de realizar um sonho: atuar ao lado do filho Paulo Henrique, de 24 anos, que tenta a sorte como jogador profissional.

"É mais um grande desafio. Não estava esperando por isso. Na verdade, foi apresentar um goleiro para o treinador Raffaele Graniti e ele disse: 'Quero mais que um goleiro, quero você para jogar de titular'", contou o surpreso Sílvio, em entrevista à Rádio ESPN.

"Agora, estou me preparando para esse desafio. Estou trabalhando, treinando forte, e espero ter pelo menos 10% do preparo que já tive", completou o veterano, que completará 49 anos no próximo mês de setembro.

No jogo em que parou Marcelinho Carioca, Sílvio também ficou famoso por ter quebrado a mão na defesa do pênalti, e ter atuado ainda por alguns minutos com muitas dores. Com ossos trincados e tudo, no entanto, o arqueiro levantou a taça de campeão sobre o Flamengo alguns dias depois, em pleno Maracanã lotado.

'Quero ver se tenho condições de jogar'

Apesar do enorme desejo de voltar a vestir as luvas, Sílvio sabe que será muito difícil voltar a ter os reflexos de seus anos como profissional. Ele já está treinando forte para perder os quilos que engordou depois da aposentadoria, mas admite: se sentir que não tem mais condições de atuar em alto nível, nem entrará em campo.

"Comecei a treinar, dar umas corridas de terça e quinta, pegar umas bolas devagar... Aí o presidente do Fluminense me viu treinando e se animou: 'Você é meu titular (risos)!'. Falei: 'Calma, presidente, muita calma'", diverte-se o ex-gremista.

"Meus amigos me ligar e perguntar: 'Nossa, você vai mesmo voltar?'. Eu digo que estou tentando. Acertei valores para jogar, mas só vou receber se estiver em condições. Não quero entrar em um campo profissional para passar vergonha. Quero ver se tenho condições. Se tiver, com certeza vou jogar. Se não, viro preparador e trago outro goleiro para jogar", ressalta.

Sílvio seguirá treinando forte até o dia 10 de agosto, quando faltará apenas uma semana para a estreia na Terceirona catarinense. É aí que o arqueiro irá ver se de fato tem condições de voltar a atuar como profissional.

"Já parei de jogar há oito anos. Jogo só pelada agora, ou na várzea, mas profissionalmente é muito diferente. Engordei uns 4, 5 quilos, e agora preciso perder. O reflexo também não é mais o mesmo, tem que bater no chão e levantar rápido, e a musculatura não está mais preparada. Eu faço corrida, academia, pedalo, mas o ritmo não é o mesmo dos tempos de atleta", admite.

Além de Sílvio, o Flu de Itaum ainda terá outro veteranaço em campo: o presidente Anelísio Machado, de 48 anos, que também está inscrito como jogador da equipe. Com experiência no futebol amador da região, ele fiz que quer colocar bola nas redes agora como profissional.

"Há três anos que venho jogando nas competições da liga amadora. Já disputei a terceirona, segundo e a primeira divisão. Agora, quero fazer gols também como profissional", declarou.

O sonho de jogar ao lado do filho

Campeão do Gauchão e da Copa do Brasil com o Grêmio, Sílvio diz ter se realizado como jogador de futebol. Seu grande sonho, no entanto, é atuar ao lado do filho, que é o que o motiva a voltar à ativa oito anos após a aposentadoria.

Paulo Henrique, de 24 anos, joga no Aviação, time que disputa a elita do futebol de várzea de Joinville. O garoto, porém, foi testado e aprovado no Fluminense de Itaum, e pode fomar dupla com o pai na Série C de Santa Catarina.

"Eu jogo society e sempre levo ele para jogar comigo. Ele tem 24 anos, está no auge, mas, se jogarmos juntos no profissional, vai ser muito diferente", sonha o quarentão.

FONTE: ESPN

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