segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Torcedor que teria matado jovem boliviano diz que disparou sinalizador por acidente



Um jovem de 17 anos que teria disparado o sinalizador que matou o jovem Kevin Douglas Beltran Espada durante a partida entre Corinthians e San José, na última quarta-feira, em Oruro, Bolívia, concedeu entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo, um dia antes de se entregar à Justiça.

Na entrevista o garoto, que por ser menor de idade não teve o nome e a imagem do rosto revelados, disse ter atirado o sinalizador na direção da torcida do San José de forma acidental. Ele revelou ter comprado o artefato em São Paulo.

“Naquele exato momento que o sinalizador disparou a gente estava comemorando o gol. Trouxe o sinalizador na mochila e fui acender. Para mim era como se fosse igual aos outros. Tirei a tampinha, puxei a cordinha e não aconteceu nada. Quando fui puxar de novo não sabia manusear e foi para a torcida boliviana”, disse o garoto.

“Não fiz nenhum tipo de mira. Estava apoiado na minha mão, para mim era acender e pronto. Não sabia que ia sair voando. No intervalo do jogo perguntei se tinha acontecido alguma coisa para os policiais, e falaram que estava tudo bem, que o menino estava bem.”

O adolescente, que é membro da torcida organizada Gaviões da Fiel, afirmou que viu o momento em que os 12 torcedores brasileiros que continuam presos em Oruro foram levados pela polícia. Ele afirmou não ter se entregado na hora por medo - “não sabia o que fazer na hora” - e garantiu que não está alegando ser culpado para isentar os 12 presos. "Só os conheço de vista."

O menino, que voltou de ônibus para Guarulhos, disse ter sido aconselhado por pessoas da Gaviões da Fiel ao final do jogo a não se entregar. “Fui ter certeza que o menino morreu no ônibus, na volta, quando mostraram para mim. Depois daquele momento pensei: ‘Minha vida acabou. Matei uma criança, o que vou fazer, 14 anos de idade.”

Segundo a reportagem da Rede Globo, o garoto vai ser apresentado junto com a mãe e se for comprovado que é culpado, receberá uma pena socioeducativa. Ele ainda pode ter que prestar serviços comunitários ou ficar preso por três anos.

“Peço perdão. Não só para a família do Kevin, mas para a família dos meninos que estão presos. Me sinto a pior pessoa do mundo. Não sei mais o que fazer da minha vida, me arrependo amargamente”, declarou ainda.

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