terça-feira, 26 de junho de 2012

Seis dias após garantir manutenção, São Paulo demite Leão


Emerson Leão não é mais o técnico do São Paulo. Depois da eliminação na Copa do Brasil e também da derrota para a Portuguesa no final de semana, o treinador foi demitido do clube. O anúncio foi feito nesta terça-feira, durante a entrevista coletiva de Leão no clube paulista.

"Quero confirmar que, a partir de agora, não sou mais o técnico do São Paulo. Tive um minuto de conversa com o presidente Juvenal, ele agradeceu pelo meu trabalho e agora cada um segue para o seu lado", disse Leão.

O clube paulista "mudou de ideia" seis dias depois de ter bancado a permanência do treinador no cargo, mesmo com a eliminação na semifinal da Copa do Brasil. A derrota para a Portuguesa no final de semana, no entanto, agravou a situação de Leão, que sofreu com os protestos da torcida pedindo sua saída e, depois da reapresentação do elenco nesta terça-feira, foi comunicado que não comandaria mais o time paulista.

No discurso de "despedida", Emerson Leão evitou falar sobre as divergências que teve com a diretoria do São Paulo e lamentou a decisão do clube. "Sinceramente achei que nós tínhamos condição de ganhar, tanto o Paulista, quanto a Copa do Brasil. Não cocorreu por uma fatalidade, faltou pouca coisa. E isso dava para corrigir no Brasileiro, onde nós estamos relativamente bem classificados", declarou o técnico.

Mesmo se despedindo, o treinador já alertou seu futuro sucessor sobre os problemas que irá encontrar à frente do clube. "Acho que o São Paulo é muito grande, e eu sinto necessidades aqui que o próximo treinador vai perceber".

"Vou continuar torcendo por eles [jogadores]. Tivemos divergências com a diretoria, mas em nenhum momento o São Paulo deixou de cumprir com as obrigações e nem deixou as coisas escondidas. Não foi surpresa [a demissão], até porque os últimos técnicos saíram antes [deste período]. Eu estou completando oito meses. Para quem entrou pra dois [meses] e está há oito, a performance foi boa e sem problemas", avaliou.

Emerson Leão se despede sem títulos e com 66% de aproveitamento

O técnico Emerson Leão foi contratado pelo São Paulo no final do ano passado, após a demissão de Adilson Batista já na reta final do Campeonato Brasileiro. A princípio, o contrato do treinador era apenas para 2011 (com duração de dois meses), e tinha como grande meta a classificação para a Libertadores da América de 2012.

Leão não conseguiu aproveitamento suficiente para garantir a vaga na competição sul-americana, mas, ainda assim, foi mantido pela diretoria, que acreditou na continuidade do trabalho do treinador para acabar com o jejum de títulos do São Paulo, que já dura quatro anos. Mas, apesar de ter ido bem no Campeonato Paulista, a equipe tricolor acabou eliminada pelo Santos nas semifinais e, desde então, manteve o foco na Copa do Brasil.

Nas oitavas de final da competição nacional, um problema nos bastidores evidenciou divergências entre Emerson Leão e a diretoria são-paulina. Algumas horas antes do jogo de ida contra a Ponte Preta, os dirigentes decidiram afastar o zagueiro Paulo Miranda - que havia falhado na eliminação do Paulista, contra o Santos -, mesmo após o técnico ter escalado o atleta como titular para a partida.

Ainda assim, tanto Leão, quanto a própria diretoria, passaram por cima do problema e fugiram das polêmicas. O São Paulo acabou classificado para as quartas de final da Copa do Brasil, e a "crise" nos bastidores foi amenizada, retomando a força apenas na semana passada, quando o time paulista foi eliminado nas semifinais da Copa do Brasil, perdendo para o Coritiba no Couto Pereira.

Mas, a derrota não seria o suficiente para decretar o fim da segunda passagem de Leão no São Paulo. Pelo menos foi esse o posicionamento da diretoria, que decidiu manter o técnico no cargo e anunciou publicamente mais uma vez que ainda confiava na continuidade do trabalho do treinador à frente da equipe.

Só que, nesta terça-feira, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, chamou Emerson Leão para uma curta conversa no CT da Barra Funda e comunicou o treinador que ele não comandaria mais o time neste ano. Dessa forma, o técnico encerrou sua segunda passagem pela equipe paulista e, desta vez, saiu sem nenhuma conquista: foram 44 jogos, 26 vitórias, seis empates, e 12 derrotas, com um total de 66,3% de aproveitamento.

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