Santos guarda mistério, e Corinthians respira clima de Libertadores antes de clássico

Está chegando a hora de Santos e Corinthians escreverem um dos capítulos mais importantes da história do clássico. A rivalidade mais antiga do futebol paulista, que envolveu Pelé, o jejum corintiano, as pedaladas de Robinho, Carlitos Tévez e os 7 a 1 e um gol antológico de Ronaldo Fenômeno, decidirá a partir desta quarta-feira uma vaga na Copa Libertadores.

Cada um usa seus artíficios para vencer essa nova batalha. O lado alvinegro do litoral lançou mão de uma arma tradicionalmente usada em decisões, o mistério, na véspera do primeiro confronto, marcado para a Vila Belmiro.

Nesta terça-feira, o técnico Muricy Ramalho fechou parte do treino realizado no CT Rei Pelé, mas não conseguiu esconder o que todos queriam saber: Paulo Henrique Ganso demonstrou ter totais condições de jogo.

Contrariando as expectativas de que só voltaria à ação 25 dias depois da artroscopia realizada em 25 de maio, no joelho direito, o maestro santista participou de todas as atividades junto com os companheiros de time nesta semana e fez parte do exercício tático comandado por Muricy pensando no Corinthians.

Tudo leva a crer que o camisa 10 joga amanhã, mas..."O Muricy que não quer dizer. Estou louco para saber também. Nos outros jogos acho que ele diria, se não disse ainda é porque está esperando esse aval médico. É crueldade com a gente também", disse o goleiro Rafael, rindo, após o treino.

Outro mistério é a escalação do experiente reserva Léo, peça-chave na vitória que garantiu a classificação do Santos nas quartas de final, diante do Vélez, na Vila. O lateral esquerdo deixou o treinamento com dores na virilha da perna esquerda. O volante Arouca, por outro lado, está plenamente recuperado de lesão na coxa esquerda e vai jogar.

Explosões

Se o Santos, tri e atual campeão da Libertadores, busca artifícios para enganar o rival, o que dizer do Corinthians, a quatro partidas do tão sonhado título sul-americano, jamais conquistado pelo clube.

A primeira metade das semifinais não será disputada em um desconhecido alçapão da Argentina ou do Uruguai, mas a menos de 100km da capital paulista e ainda sim, o técnico Tite fez questão de viajar um dia antes e treinar na Vila Belmiro.

A estratégia do treinador deu certo se o objetivo era se preparar para o clima do jogo. Diferentemente do que vai acontecer nesta quarta, o estádio estava vazio para a atividade corintiana. Porém, os torcedores da casa deram um jeito de assustar os visitantes com rojões.

Foram pelo menos quatro explosões durante pouco mais de uma hora de treinamento. Um dos rojões quase atingiu o goleiro reserva Júlio César, e outro encerrou a entrevista coletiva do lateral esquerdo Fábio Santos no gramado antes da hora.

Os corintianos devem até sonhar com o barulho durante esta noite, mesmo porque, torcedores do Santos já prometeram atrapalhar o sono rival com mais foguetório. Mas isso parece não ser um problema para os comandados de Tite.

"Não me lembro de ter passado por isso fora do Brasil. As bombas não atrapalham. Tomara que não venham de madrugada. Mas não tem problema, porque a quarta é longa e podemos descansar. É importante dormir na cidade, descansar o dia todo na cidade, sentir o clima do jogo. O planejamento foi bem feito", declarou o lateral esquerdo Fábio Santos.