Jogadores do Vasco 'ignoram' crise financeira e buscam quebra de 4º tabu em 2012

Juntos, os vascaínos comemoram o último gol marcado pelo time contra a Portuguesa

A situação financeira do Vasco é delicada e ninguém esconde o fato em São Januário. O nervosismo dos dirigentes para equacionar o atraso em dois meses de salários e premiações é indisfarçável. De socos na mesa em encontros com os seus pares à reuniões com os atletas, o presidente Roberto Dinamite deixa claro que a prioridade é resolver logo o impasse. Embora incomodados, os jogadores têm conquistado a cúpula pelo profissionalismo. Desde o início do ano, os problemas são recorrentes, mas o elenco jamais deixou o clube na mão. Agora, a equipe tem a oportunidade de quebrar o quarto tabu na temporada, quarta-feira, contra o Náutico, às 20h30, em São Januário, pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O Gigante da Colina não consegue triunfar nas três primeiras rodadas há 24 anos. A última vez foi em 1988. Na ocasião, vitórias sobre o Flamengo (1 a 0), Goiás (2 a 0) e Portuguesa (4 a 2). Em 2012, já superou Grêmio (2 a 1) e Portuguesa (1 a 0). O desafio é mais um para um time acostumado a quebrar tabus - boa parte dos jogadores conquistaram a Copa do Brasil de 2011, um título após oito anos de jejum.

O chamado “corpo mole”, termo conhecido no futebol nessas situações, passa longe do grupo comandado pelo técnico Cristóvão Borges. Em janeiro e fevereiro, o time resolveu abdicar do regime de concentração pela falta dos salários. Mesmo assim, quebrou o primeiro tabu ao eliminar o rival Flamengo em um jogo decisivo, o que não acontecia desde 2000, quando goleou o Rubro-Negro por 5 a 1 e conquistou a Taça Guanabara. O Cruzmaltino tirou a equipe da Gávea dos dois turnos do Campeonato Carioca 2012, porém, acabou derrotado em ambas as finais.

 

O dia 3 de abril foi marcado pela quebra do segundo tabu do ano. O Vasco venceu o Alianza Lima por 2 a 1. A partida foi disputada no Peru e acabou com um incômodo jejum de quase 11 anos sem vencer fora do Brasil em jogos oficiais. O último triunfo havia sido em 16 de maio de 2001, nos 3 a 1 sobre o Deportes Concepción, no Chile.

O último histórico modificado foi justamente na estreia do Campeonato Brasileiro. O Cruzmaltino não vencia em casa no primeiro jogo do torneio desde 2002. Um retrospecto incômodo para os amantes de São Januário. O passe de Juninho para o gol de Alecsandro acabou com a história.

Fugindo dos problemas quando preciso, os jogadores acreditam em mais um êxito na próxima quarta-feira. Pelo o que mostraram recentemente, fica difícil acreditar que o grupo não dará mais uma demonstração de compromisso com o Vasco, o mesmo que esperam da diretoria em relação ao pagamento dos salários - prometido para antes da partida em questão.