domingo, 10 de junho de 2012

Do inferno ao céu em nove dias: Ronaldinho Gaúcho ídolo novamente

Do inferno ao céu em nove dias: Ronaldinho ídolo mais uma vez

Poucas pessoas presenciaram o primeiro jogo da nova etapa da carreira de um dos maiores jogadores de futebol dos últimos tempos, Ronaldinho Gaúcho. Mas muitos, bem mais que os 7585 espectadores presentes no Estádio do Pacaembu na noite de 9 de junho de 2012, vão guardar esse dia na memória por bastante tempo.

Ronaldinho não foi diante do Palmeiras aquele dos tempos de Barcelona, eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo. Mas mostrou desempenho animador, teve momentos de gênio e deixou uma boa impressão na vitória do Atlético-MG por 1 a 0.

"É um jogador diferenciado, que vai ter um tempo maior para se acostumar com a nova função e os novos companheiros. Atuou muito bem. Vamos dormir na liderança e temos que degustar. Não é sempre que você está na liderança de uma competição como o Campeonato Brasileiro. O Ronaldinho desequilibra em uma jogada. O Márcio Araújo marcou o Ronaldinho muito bem, mesmo assim ele teve três ou quatro lampejos", analisou o técnico Cuca.

Na noite deste sábado, até mesmo Ronaldinho seria bem-vindo nos badalados bares de Belo Horizonte, aonde atleticanos esperançosos devem levantar seus copos, brindando pelos dias de glória que podem voltar. Até quando a lua de mel entre jogador e torcida vai durar? O tempo vai dizer.

Tudo rápido

Tudo aconteceu muito rápido entre Ronaldinho e Atlético. Na sexta-feira retrasada, um dia depois de conseguir a liminar que por atrasos de salários o desvinculou do Flamengo, o jogador já negociava com o clube mineiro. Na segunda-feira, foi anunciada a contratação atleticana.

O meio campista não perdeu tempo e no mesmo dia treinou com os novos companheiros. A apresentação do reforço aconteceu depois do treinamento, sem pompa. "Não estamos no Rio. Estamos em Minas Gerais. Queremos fazer festa é dentro de acampo. De festa fora do campo o saco dele já esta cheio também. Esse é o jeito que apresentamos", explicou o presidente Alexandre Kalil, disposto a mudar a fama de 'baladeiro' conquistada por Ronaldinho durante o ano em que ficou no Flamengo.

Apresentação e treino no mesmo dia
Crédito da imagem: Flickr


A estreia pelo Atlético poderia ter acontecido já na quarta passada, contra o Bahia, no Estádio Independência. Não foi possível, e a primeira partida ficou para São Paulo.

Olha para um lado, toca para o outro

O estreante não começou bem. Com pouco mais de um minuto de jogo, Ronaldinho cobrou a primeira falta com a camisa do Atlético e criou expectativa na torcida visitante. Mas o meia bateu mal, mandou a bola pela linha de fundo e fez foi a festa dos palmeirenses, que vibraram com o erro.

Ele passou cerca de dez minutos sem participar da partida, assistindo do meio campo à pressão do Palmeiras, até tentar acionar Jô em profundidade e dar passe errado. Logo depois, dominou na frente da área, tentou fintar dois marcadores e rolou na esquerda para Júnior César cruzar. No rebote, Richarlyson chutou forte e levou perigo ao gol de Bruno.

Aos poucos os companheiros foram se acostumando com a presença de Ronaldinho em campo, e a bola começou a passar cada vez mais por ele. Atuando no centro do meio campo e não na lateral, posição na qual se consagrou no Barcelona e na qual vinha jogando no Flamengo, Ronaldinho fazia o que o técnico Cuca já havia anunciado que pediria dele: comandava a armação da equipe. E o Atlético começou a dominar a partida.

Aos 18 minutos, bem a seu estilo, o craque olhou para um lado e tocou para o outro, deixando Jô na cara do gol. O auxiliar marcou impedimento, mas os torcedores mineiros gostaram. "Valeu, Ronaldinho!". A marca registrada de Ronaldinho apareceu de novo aos 21 minutos, em um lançamento que encontrou Júnior César livre na esquerda. O lateral perdeu a bola.

Quando a estrela pedalou na frente do marcador palmeirense e sofreu falta, os torcedores mineiros voltaram a se empolgar, e o grito da arquibancada ficou mais forte. A vibração virou raiva depois que Bernard saiu na cara do goleiro Bruno e tocou para fora.
Parceria com Jô dá os primeiros passos
Crédito da imagem: Agência Estado


De Ronaldinho os mineiros não tiveram nada a reclamar no primeiro tempo. O meia apareceu bastante para o jogo, quase não errou passes e proporcionou momentos de perigo, com a bola rolando e na bola parada e de beleza, como no belo chapéu em cima de Marcos Assunção.

Final feliz

Logo no início do segundo tempo, Bernard se redimiu e cruzou na cabeça de Jô, que abriu o placar. Explosão de alegria no lado alvinegro do estádio. Ronaldinho não participou desse lance, mas deu o belo lançamento que culminou no segundo gol de Jô. Gol que não valeu: o árbitro marcou falta do atacante Jô.

A parceria entre Jô e Ronaldinho estava afiada. Aos 21 minutos, o meia colocou a bola na cabeça de Jô, e Bruno fez bela defesa. O estreante da noite ainda participaria de um outro gol anulado. Aos 27, ele cobrou falta rasteira e Bruno soltou no pé de Rafael Marques. O zagueiro balançou a rede, mas estava impedido.

Dai para frente Ronaldinho pouco fez, a não ser rezar para que as perigosas faltas de Marcos Assunção não empatassem o jogo, estragando a estreia. O final foi feliz para o craque, o Atlético venceu, e a estrela saudou seus novos no Pacaembu, ao mesmo tempo em que era ovacionado. "Ah, é Ronaldinho!"
Aplausos da torcida ao final do jogo
Crédito da imagem: Gazeta Press

“Emocionante (a estreia). É um clube que está há muitos anos sem ganhar um título. Esse é um dos motivos que me fizeram escolher pelo Atlético-MG. Fico feliz por começar com o pé direito. Já conquistei muita coisa na minha carreira e voltei ao Brasil para conquistar o que falta. A coisa que mais me dá alegria é fazer o que eu gosto. Vou me dedicar ao máximo. É bom se sentir importante, entrar em um clube que não vence há muitos anos, que tem uma torcida apaixonada. Isso me emociona, e é o que me faz sorrir a cada final de jogo", disse o meia.




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